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25 de Abril de 2024

Aposentadoria de servidor custa dez vezes mais que benefício do INSS.(Estadão)

Rombo do INSS custa R$ 4,4 mil per capita; dos servidores, R$ 49 mil (Notícia Estadão).

Publicado por Ric
há 7 anos

Notícia transcrita do Estadão:

Posentadoria de servidor custa dez vezes mais que benefcio do INSS

Por ano, União e Estados gastam algo como R$ 315 bilhões para cobrir os déficits do INSS e das previdências públicas. Pouco mais de R$ 150 bilhões ajudam a pagar 30 milhões de benefícios do INSS, no sistema privado. No entanto, um valor maior – R$ 164 bilhões – é drenado para tapar o buraco nas previdências públicas, criado por apenas 3 milhões de servidores civis e militares da União e Estados.

Infográfico mostra os gastos públicos

A diferença de gasto é ainda mais gritante quando avaliada em termos per capita. Os cofres públicas liberam cerca de R$ 4,4 mil per capita para cobrir o rombo do INSS, onde estão 29,2 milhões de brasileiros que pagaram pelo benefício. Cada um dos 2,7 milhões de inativos civis da União e dos Estados custa R$ 49 mil – praticamente dez vezes mais. Entre os militares, a proporção sobe: cada um dos quase 300 mil inativos custa R$ 113 mil. “Há uma enorme disparidade entre público e privado, porque os servidores têm privilégios que elevam o valor do benefício”, diz Leonardo Rolim Guimarães, ex-secretário de Políticas de Previdência Social.

No INSS, ninguém ganha mais que o teto de R$ 5.531,31. A Previdência pública vive em outro mundo. A regra, desde 2004, permite que o benefício seja a média de 80% dos salários. A maioria que se aposenta nos próximos anos, porém, entrou no Estado antes e segue a regra anterior: se aposenta com o valor integral do último salário.

O inativo do setor público também tem direito à paridade: o reajuste do benefício é igual ao do salário de quem está na ativa. Como a política era dar reajustes aos servidores, os inativos tiveram aumento real de quase 40% na última década.

Esse efeito perdura se nada for feito. “Ao longo dos próximos 15 anos, o servidor que se aposentar terá direito ao valor integral do último salário e a paridade, com sérios efeitos sobre as contas públicas”, diz Claudio Hamilton dos Santos, técnico da área macroeconômica do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

A reforma, se aprovada, reduzirá as diferenças entre público e privado: endurece as regras para o cálculo do benefício, fixa para os servidores o teto do INSS e estabelece reajuste pela inflação, entre outras medidas.

Mas os defensores da reforma dizem que ela não se limita à questão financeira. Teria também um componente de “justiça social”. Os déficits previdenciários são coberto por três fontes. Parte vem da cobrança de tributos. Outra parte, da transferência de recursos: aposentadorias e pensões consomem dinheiro que iria para saúde, educação e, principalmente, investimentos. Entram ainda na conta recursos amealhados com o aumento da dívida. “Como no Brasil os impostos recaem mais sobre os mais pobres, o sistema é perverso: tira de quem tem menos e transfere para a elite do funcionalismo”, diz Paulo Tafner, pesquisador da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas da Universidade de São Paulo (Fipe/USP).

Essa questão é considerada tão séria que o economista Nelson Marconi, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), tem uma proposta mais radical ainda para corrigir as distorções. “Deveriam aproveitar a reforma para taxar servidores inativos com aposentadorias elevadas – eles não contribuíram o suficiente para ganhar tanto”, diz.

É interessante saber qual seria o entendimento, a avaliação dos "JusBrasileiros" a respeito da Reforma da Previdência ao lume desta notícia.

Será que o presidente Temer está correto?

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Vamos lá...

Qual o sentido de servidor público? O jornalista se refere aos servidores públicos, aqueles que recebem e contribuem através do RPPS, ou de forma tendenciosa omite os agentes públicos (que podem ser vistos como um gênero), e neste gênero estaria incluída a classe política?
Também causa estranhamento a projeção de que nos próximos 15 anos os servidores se aposentarão com proventos do ultimo salário e direito á paridade. Gostaria muito de acreditar que o jornalista foi criterioso o suficiente para obter tais informações junto aos órgãos públicos, a saber: quantos servidores cada órgão possui, a data de sua nomeação ou admissão, a idade de cada um quando isso aconteceu e aí sim poder fazer essa estimativa. A pergunta é: essa consulta foi realizada ou a estimativa é baseada em achismos?
E por fim, menciona que as aposentadorias do serviço público são responsáveis pelo desvio de verbas da saúde, educão, etc. Particularmente eu gostaria de saber mais sobre essa afirmação (se alguém me der um ponto de partida ficarei grato) e por que se fala tanto em desvinculação de receitas para pagamento da dívida pública, isenções, anistias fiscais para grandes empresas e quase nada sobre isso.
O texto me deixou com essas dúvidas, mas essas dúvidas me deixaram com uma única certeza: não existe informação imparcial. E qualquer opinião baseada exclusivamente neste texto será tão tendencioso quanto o próprio texto.
É isso. continuar lendo

"E por fim, menciona que as aposentadorias do serviço público são responsáveis pelo desvio de verbas da saúde, educão, etc."
-> Não é por desvios, no sentido criminoso. Como a diferença entre o que entra e sai da Previdência é coberto pelo Tesouro, ou seja, por impostos, o dinheiro que iria para saúde, educação... Vai para o pagamento de aposentadorias. continuar lendo

Ótimo, sabemos quanto sai, agora divulga o que entra, e teremos a matéria completa e imparcial. continuar lendo

"Por ano, União e Estados gastam algo como R$ 315 bilhões para cobrir os déficits do INSS e das previdências públicas."
-> Para cobrir o déficit, ou seja, a mais que o arrecadado. continuar lendo

Uma coisa é certa: enquanto houver previdência pública, vai haver problemas. Cada um que cuide do seu dinheiro, não há motivos para o Estado ser babá de ninguém. continuar lendo